Sem juiz, sem apito, sem bandeira.

Hoje a bola não rolou no campinho de terra. Pouco menos no de
areia.
Em troca, o silêncio e o vento levantando a poeira pra levar embora.
E os ventos de todos os campinhos de areia, levaram embora.
10 garotos, guris, piás, meninos, crianças ainda, partiram sem comemorar o maior gol, a melhor defesa, o grande lance.
Se alguém viu, que guarde o lance, o gol, a comemoração, as primeiras jogadas de um futuro craque.
Um incêndio levou 10 meninos para longe. De forma cruel e com muita dor.
Estas crianças estavam em busca de um sonho. Um deles seria o novo Ronaldinho, o novo Cristiano, o novo Neymar?
Poderiam ser. Um, não. Vários.
Neste campinho onde tanto vibraram, agradeceram, comemoraram, deixaram suas marcas para que aqueles mais próximos não se esqueçam.
Sem juiz, sem apito, sem bandeira.
A última partida da vida acabou para eles.
E eles perderam.
Mas lá no céu, com certeza, serão titulares do futuro que os aguarda..
E nós, daqui na terra, dedicaremos a eles o abraço na hora do gol e a alegria de saber que eles existiram.
Fiquem em paz garotos do Flamengo.
Deus abençoe as famílias e amigos.
Triste envolver o futebol nisso, mas era a profissão que eles escolheram. Só que sem a fatalidade.
Uma pena. E talvez esta fatalidade tenha sido causada pelo desleixo de alguns.
Talvez. Aguardemos as investigações.
Por isso sempre digo que "tem horas que Deus dorme."
Tanto desqualificado solto na terra e 10 meninos partem para outro plano.
Pena.