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Tributo à Caíto Quintana

Por Marcio Geron

Ex-Juiz de Direito da Comarca de Capanema

Minhas irmãs e meus irmãos de fé


Por que morremos?


Certamente, há inúmeras explicações.


Os médicos, os filósofos e os teólogos disputam a melhor doutrina. A melhor resposta. O melhor significado para tamanho sofrimento.


Eu confesso que não sei.


Não sei porque Deus permite que um filho fique sem seu pai; que uma filha nunca mais veja a sua mãe; ou que um pai enterre os seus filhos.


Eu não sei.


Mas não devemos ficar desesperados pela falta de conhecimento. O próprio Texto Sagrado afirma que há limitações para o nosso entendimento. Diz a Bíblia Sagrada:

“Todas as vezes que tentei me tornar sábio e entender o que acontece neste mundo, compreendi que a gente pode ficar acordado dia e noite e mesmo assim nunca será capaz de entender o que Deus faz. Por mais que a gente se esforce, nunca entende. Os sábios podem dizer que conseguem compreender, mas na verdade eles também não entendem.” (Eclesiastes 8, 16-17).


Eu não sei porque morremos. Mas me sensibiliza, me toca o coração, a seguinte explicação: Deus permitiu a morte para que vivamos em profunda união.


Neste entendimento, Deus na sua infindável sabedoria, pensou: os homens, desconhecendo o instante de sua partida, ficaram todos unidos e aproveitaram cada momento de sua vida.


Para Deus, portanto, o crucial não era ou é a morte, o fundamental para Deus é a união dos homens, o fundamental para Deus é aproveitar a vida terrena.


Aqui, minhas senhoras e meus senhores, percebemos a grandiosidade do nosso irmão Caito Quintana.


Ele foi homem de comunidade. Ele foi homem de concórdia. Ele foi homem de paz. Em suma, ele foi um homem de união.


Ele, não tenho medo de dizer, entendeu que o seu tempo na terra, era um tempo para fomentar a comunhão.


Ele conseguiu!


Olhe esse templo, repleto de pessoas diversas, com origens, histórias e sonhos variados, mas todos unidos em louvor a sua vida de união.

Ele honrou o tempo concedido pelo nosso Deus.


Tenho certeza, todos nós queríamos ele aqui hoje, amanhã e durante muito tempo. Pois a distância física provoca saudade.


Mas há uma verdade que precisa ser compreendida: Caito Quintana viveu muitos anos!


A minha conclusão é baseada numa certeza: ele usou cada instante de sua vida para unir a nossa comunidade e para servir a todos nós.


Ele viveu! Ele não contou somente os dias.


O grande missionário Padre Antônio Vieira já alertava para diferença entre viver e contar anos, são seus ensinamentos:

“Morrer de muitos anos, e viver muitos anos, não é a mesma coisa. Ordinariamente os homens morrem de muitos anos, e vivem poucos. Por que? Porque nem todos os anos que se passam se vivem: uma coisa é contar os anos, outra vivê-los; uma coisa é viver, outra durar. Também os cadáveres debaixo da terra, também os ossos nas sepulturas acompanham os cursos dos tempos, e ninguém dirá que vivem. As nossas ações são os nossos dias; por elas se contam os anos, por eles se mede a vida: enquanto obramos racionalmente, vivemos; o demais tempo, duramos.”

Reafirmo, portanto, o nosso irmão Caito viveu muitos anos.


Viveu muitos anos, porque serviu com muito carinho aos homens e mulheres que estiveram ao seu alcance.


Talvez, soubesse dos ensinamentos de Madre Tereza de Calcutá, que sempre pregou:

“Uma vida não vivida para os outros não é uma vida”.


Caito viveu para servir os outros.


Era um homem dócil, era um homem de palavras bondosas e, sobretudo, era homem humilde.


Por isso tudo é legítimo sentir saudade com sua ausência, é legítimo verter lágrimas pela distância física.


Mas, minhas irmãs e meus irmãos, o que devemos guardar de Caito é seu exemplo de vida.


Em outras palavras, o seu poder de unir as pessoas e o seu desejo de servir o seu semelhante.


Aliás, na presente noite, vou para casa com algumas perguntas: será que faço o suficiente para unir a minha família e a minha comunidade? Será que faço tudo que posso para servir os homens e as mulheres da minha comunidade?


Obrigado, meu irmão Caito, por provocar as mencionadas indagações no meu coração e por indicar as respostas.


Você viveu porque uniu. Você viveu porque serviu.


Antes de terminar queria deixar uma palavra para família.


Possivelmente, não sei por que morremos, por uma simples razão, a morte já não existe mais.


Jesus Cristo destruiu a morte, como afirma o Texto Sagrado:

“Ele acabou com o poder da morte e, por meio do evangelho, revelou a vida que dura para sempre.” (2 Timóteo 1,10).

Há um grande compositor, de nome Gustav Mahler, que maravilhado pela ressureição, juntou a música e a voz humana, para dizer que o homem vencerá o sofrimento e viverá eternamente.


No seu texto encantador e verdadeiro, explica poeticamente:


“Ressuscitará, sim,

O meu pó ressuscitará.

Após um breve repouso!

Vida imortal! Vida imortal

Será dada por aquele que te chamou.

Para florescer novamente tu foste semeado!

O Senhor da colheita

Recolherá seus feixes,

Nós, que morremos.

...


Ó crê, meu coração, crê:


Não perderas nada!

Alcançou aquilo que desejaste,

Aquilo que amaste

Aquilo por que lutou!

Ó crê,

Tu não nasceste em vão!

Não viveste nem sofreste em vão!

O que foi criado

Deve perecer

O que pereceu deve ressuscitar!

Não trema mais!

Prepara-te para viver!

Ó dor, que penetra tudo

De ti fui separado!

Ó morte, que conquistas tudo,

Agora foste conquistada!

Com asas que ganhei,

Na dura batalha do amor,

Alçarei voo

Para a luz que nenhum olho

penetrou!

Morrerei para poder viver.

Ressuscitará, sim,

Meu coração ressuscitará em um instante!

Tudo o que sofreste,

Te levará a Deus!”


Querida família, minhas irmãs e meus irmãos, a vida do nosso irmão Caito, portanto, não foi destruída, foi transformada.


Ele está na casa do pai! Ele está feliz!


A minha certeza, tem como base o Texto Sagrado, que destaca como o maior mandamento, o mandamento do amor.


Ele, Caito amou a sua família, amou a sua comunidade, por isso, ele vive e viverá eternamente!


Fala o Texto Sagrado:

“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida e sabemos isso porque amamos os nossos irmãos.” (1 João 3,14).


Deus o abençoe Caito! Por ensinar: a união, a compaixão e o amor!


Que Deus também nos abençoe e nos ilumine, pois temos que entender que seremos julgados pelo amor que distribuímos durante a nossa vida.


Assim, que Deus nos abençoe sempre. Muito obrigado.

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