Ficam as lembranças, ficam as saudades...
A época do ano era exatamente esta.... meio de novembro, quase dezembro.
O calor era menor que o de Capanema. A ansiedade era imensa, pois estavam vindo as provas mensais e últimas, antes do quadro de notas do ano.
Algumas matérias já tínhamos plena consciência da prova final, como se chamava o exame de então.
Outras, ainda dávamos o máximo para passar por média e escapar da prova final, temida e torturante, pois era a matéria do ano todo.
Com o calor das manhãs de novembro, fazíamos as provas e íamos jogar bola, pois não havia aula normal em dia de prova.
Aí, correr para casa para estudar para a prova do dia seguinte.
Quando chegava o dia do quadro geral de notas, saiam as listagens com todos os nomes, notas, aprovações e penduricalhos de provas finais a serem feitas.
Era um dia tenso e feliz.
Tenso para aqueles que não deram tudo de si durante o ano e agora teriam que enfrentar tudo de novo, da primeira matéria do ano até a última em sala de aula.
Feliz para aqueles (costumeiros) que eram aprovados por média em tudo.
Eita inveja daquela turma de só tirava oito, nove, oito, dez e a partir de primeiro de dezembro entrava em férias, enquanto eu e mais um monte, ficávamos estudando feito loucos para não levar pau ou pegar a segunda época, que havia naquele tempo.
E ao fazer as provas finais, a concentração era maior do que a esperança.
Milagre não existia. Ou estudava, ou rodava.
Hoje lembro com muita saudade daquele tempo, pois nossa única obrigação de adolescente era estudar e passar de ano. Ainda trabalhava um pouco na panificadora dos meus pais, mas nada que me matasse de cansaço.
E quando saíam os resultados das provas finais, a tensão era sempre muito maior do que a expectativa.
Deu... passamos..... OU não deu...peguei uma segunda época.
Daí, mais um mês de estudo, até dia 03 de janeiro, quando se fazia o exame.
Estes tempos exigiam de nós uma aplicação muito maior para com os estudos do que a gente nota nos dias de hoje.
Claro que tem gente que estuda – e muito -, mas é diferente o dia a dia.
Este texto foi mais para matar a saudade de um tempo feliz e ingênuo, onde estudávamos, jogávamos bola, brincávamos de autorama, bola de gude e nada sabíamos de imposto de renda, política ou coisa parecida.
O sério não existia.
O único momento sério era quando a mãe chamava a atenção. Daí, sim.
Ficam as lembranças, ficam as saudades.
Se bem que hoje ainda a gente estuda, trabalha, lê, aprende e nunca sabe de tudo.
Este é o lado bom da vida.