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Armas encontradas em local da morte de irmãos em Salto do Lontra foram plantadas diz comando da PM


Na tarde de segunda-feira (30) o subcomandante do 21º BPM Major Gerson Zocchi, reuniu a imprensa da região e os familiares dos dois irmãos que foram mortos durante abordagem em Salto do Lontra, na segunda-feira (23) Orestilhano da Rosa Junior, 21 anos e Adrian Beppler da Rosa, 26 anos, relatando o que realmente ocorreu no dia dos fatos.

Major Zocchi, disse que a primeira versão apresentada pelos policiais era de eles teriam sido solicitados por populares de que havia um veículo suspeito circulando na cidade.

Durante a abordagem os rapazes teriam agido de forma suspeita e eles teriam efetuado os disparos, onde um dos irmãos morreu por volta das 23 horas e o outro durante a madrugada no Hospital Regional de Francisco Beltrão.

Major Zocchi, informou que de imediato foram tomadas todas as providências para apurar o caso, sendo informados os órgãos competentes e designado um oficial para presidir o Inquérito Policial Militar.

Imediatamente as armas tanto as dos policiais como o revólver e a garrucha foram apreendidas, assim como apreensão de objetos e aparelhos celulares para que fossem tomadas todas as medidas cabíveis.

Três dias após o ocorrido um dos policiais envolvidos procurou o comando e fez a confissão relatando o que realmente teria ocorrido.

Segundo o soldado, durante a abordagem o seu companheiro soldado Adrey Castelli, teria sido o autor dos disparos que atingiram os irmãos e após perceber que eles não estavam armados, as armas teriam sido colocadas no local do crime dolosamente pelo soldado Castelli.

Major Zocchi disse que “Este policial está preso na sede do 6º BPM de Cascavel, foi pedido a prisão temporária dele no juízo da Comarca de Salto do Lontra, e através do Inquérito Policial Militar, que tem um oficial que está a frente da investigação serão tomadas as demais providências, como confronto balístico, dos corpos foram retirados os projeteis que serão encaminhados pelo IML ao Instituto de Criminalística, e a oitiva de testemunhas, que direta ou indiretamente tiveram conhecimento dos fatos.

Foi uma conduta errada, desvirtuada do que consta do boletim de ocorrência, que se tornou dolosa do ponto de vista de fraude processual.

Major Zocchi, disse que desde o começo o comando já havia apurado que as vítimas não tinham antecedentes criminais ou qualquer tipo de passagem, estavam na região para trabalhar na reforma de uma casa onde os pais iriam residir, estavam em uma situação de legalidade, e foram mortos “infelizmente de forma equivocada” e a Polícia Militar tem todo o interesse de apurar o que ocorreu e chegando a verdade, o poder judiciário receberá o inquérito policial e que o Ministério Público faça suas vezes denunciando ao Poder Judiciário, para que o policial que atirou ou os dois possam ser levados a júri popular.

Major Zocchi, disse ainda que uma das armas, o revólver calibre 38 possui registro, e a pessoa informou que a arma foi furtada a mais de vinte anos, porém ele nunca registrou a ocorrência e a garrucha não tem registro.

Zocchi disse que isso é uma tragédia sob todos os aspectos, para a família das vítimas, para a família dos policiais e para eles, que provavelmente serão excluídos da corporação pela forma como os fatos ocorreram.

O Major disse que o policial que está preso ainda não foi ouvido no IPM, e será ouvido nesta semana. Relatou ainda que a Polícia Militar do Paraná não tolera este tipo de conduta e fará o que for possível para dar uma resposta a sociedade e familiares das vítimas.

O comando do 21º BPM fez questão de que os familiares das vítimas acompanhassem a coletiva para mostrar a transparência no trabalho de investigação da polícia.

A mãe dos rapazes Sandra Regina Beppler da Rosa, disse em entrevista a imprensa que recebeu a notícia com uma dor imensa, ao saber que mataram dois filhos seus e ela distante sem saber o que estava acontecendo. Que passou mal, chegou a ser medicada “quase morri”.

“Meus filhos nunca tiveram nem arma de brinquedo, perdi meu chão perdi parte de minha vida. Eles foram presos, serão condenados, mas a maior justiça será de Deus, meus filhos trabalhavam com crianças carentes através da igreja”.

A irmã dos rapazes Tatiane Cristina Beppler da Rosa Dias, contou que ela estava vindo para o Paraná e os irmãos iriam esperar na rodoviária de Salto do Lontra e ao chegar, não os encontraram foi quando após fazer buscas recebeu a informação do ocorrido.

“Nós só queremos justiça, porque eles nunca encostaram em uma arma, as únicas armas que eles carregavam eram uma Bíblia e um hinário”.

Após concluído o inquérito será encaminhado para a justiça que dará prosseguimento aos procedimentos.


Fonte: Portal PPNews


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